As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) de curto prazo no Brasil apresentaram uma leve queda nesta quarta-feira (8), enquanto os contratos de longo prazo registraram ganhos mais expressivos, refletindo um cenário de aversão ao risco no mercado global. A volatilidade foi impulsionada pela renovação das preocupações com a imposição de tarifas de importação pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, além de temores relacionados à crescente dívida norte-americana. No final da tarde, a taxa do DI para julho de 2025 estava em 14%, com leve queda em relação ao dia anterior, enquanto as taxas para os contratos mais longos, como os de janeiro de 2031 e janeiro de 2033, apresentaram incrementos.
No mercado local, as taxas de curto prazo permaneceram em queda ao longo da maior parte da sessão, após a alta expressiva no final de 2024. A expectativa de uma possível elevação de 100 pontos-base na taxa Selic até o final deste mês passou a ser precificada com maior probabilidade, diante das especulações sobre os próximos passos do Banco Central. A retirada gradual dos prêmios excessivos observados no passado recente ajudou a suavizar a curva de juros. No entanto, as taxas mais longas se mantiveram mais estáveis durante a maior parte do dia, reagindo principalmente aos desenvolvimentos no exterior.
Externamente, o dólar voltou a ganhar força após notícias sobre uma possível declaração de emergência econômica nos EUA, o que poderia justificar uma grande elevação das tarifas de importação sob o governo de Trump. Esse movimento gerou pressão sobre os rendimentos dos Treasuries e aumentou a percepção de risco em relação à dívida dos EUA. Além disso, a divulgação da ata mais recente do Federal Reserve reforçou a percepção de que as pressões inflacionárias poderiam persistir, o que, por sua vez, sustentou os rendimentos dos papéis americanos e influenciou as taxas de juros no Brasil.