Um juiz na Bolívia determinou a prisão do ex-presidente após ele não comparecer, pela segunda vez, a uma audiência relacionada a um processo por tráfico de menores. A acusação se refere a um suposto relacionamento que teria ocorrido em 2015, quando a jovem envolvida tinha 15 anos. A investigação aponta que a família da adolescente teria autorizado a união com o ex-presidente em troca de benefícios, resultando no nascimento de uma filha no ano seguinte. A acusação é tratada como tráfico de pessoas, o que pode levar a uma pena de 10 a 15 anos de prisão.
O juiz, ao classificar o ex-presidente como rebelde pela ausência nas audiências, ordenou o congelamento de seus bens e a proibição de deixar o país. A promotoria informou que o julgamento será suspenso até que o ex-presidente se apresente. Os advogados do acusado justificaram a falta com atestados médicos, mas o juiz rejeitou os documentos, considerando-os inválidos. Em resposta à ordem de prisão, o ex-presidente permanece em sua base política, sob a proteção de seus apoiadores, em Cochabamba.
O ex-presidente nega as acusações e afirma que a investigação foi arquivada em 2020, mas acusa o governo atual de perseguição política. Ele alegou ser alvo de uma “guerra jurídica” com o objetivo de impedi-lo de concorrer nas eleições presidenciais de 2025. A situação gerou tensões políticas no país, com mais de 2.000 pessoas organizadas em turnos para garantir a segurança do ex-líder.