Em janeiro de 2025, os ativos brasileiros apresentaram um bom desempenho, com o dólar caindo cerca de 5% frente ao real e o Ibovespa subindo 5,51%. No entanto, os estrategistas do JPMorgan alertam que esse otimismo é temporário. Para eles, o recente rali foi impulsionado por fatores técnicos e não deve perdurar, já que o Brasil ainda enfrenta desafios econômicos e fiscais. Embora o país se destaque entre os melhores mercados emergentes, os analistas acreditam que os ganhos já atingiram seu pico, e o real está próximo do seu valor justo.
A análise do banco destaca a volatilidade e a falta de posicionamento robusto do mercado em relação ao Brasil, com saídas significativas de capital estrangeiro em 2024 e uma leve correção nas posições vendidas. Apesar das avaliações atraentes, o cenário técnico e global pode limitar os ganhos futuros. O JPMorgan observa que o Brasil não está isolado em sua posição relativamente “barata” no contexto emergente, o que sugere que o país não seria o principal motor de uma recuperação do mercado global.
Embora o Brasil tenha desafios fiscais e econômicos pela frente, como uma possível desaceleração do crescimento e riscos fiscais decorrentes da política interna, o banco vê algumas oportunidades. Caso a inflação diminua e o crescimento desacelere, o Banco Central poderia interromper o ciclo de aumento de juros, o que poderia beneficiar a economia. Além disso, uma gestão mais restritiva no Congresso e maior clareza política nas eleições de 2026 poderiam gerar maior confiança no mercado. No entanto, o cenário continua desafiador e o banco acredita que o maior impulso viria de um movimento mais amplo nos mercados emergentes.