Em dezembro de 2024, um adolescente de 16 anos foi morto após ser confundido com um membro de facção criminosa no Ceará. A vítima, que estava em Jericoacoara com o pai, teve seu celular acessado por membros de um grupo criminoso. Fotos do jovem fazendo um gesto com as mãos, que correspondia a um símbolo associado a facções, foram interpretadas como sinais de pertencimento a um grupo rival. O caso é um reflexo de uma tragédia recorrente no estado, onde gestos, símbolos e marcas simples têm sido mal interpretados, levando à violência.
Esses incidentes não são isolados. Nos últimos anos, outros jovens também perderam a vida após serem confundidos com membros de facções criminosas. Em 2019 e 2020, dois adolescentes foram mortos em Fortaleza, também por símbolos mal interpretados, como cortes na sobrancelha e gestos feitos em fotos. Esses crimes evidenciam a crescente apropriação de símbolos cotidianos por facções criminosas, o que tem gerado um clima de medo e insegurança, principalmente entre os mais jovens.
Pesquisadores destacam que a sociedade precisa urgentemente de uma reflexão sobre a escalada da violência e a forma como símbolos e gestos inocentes têm sido usados para identificar supostos integrantes de facções. A falta de uma educação e orientação adequadas, somada ao fracasso no controle da violência por parte do estado, agrava a situação e coloca em risco a vida de muitas pessoas inocentes, como no caso dos jovens assassinados no Ceará.