O filme “Baby” narra a trajetória de Wellington, um jovem em situação de vulnerabilidade que, após ser deixado pela família, encontra um novo caminho pelas ruas do centro de São Paulo. Sem o apoio dos pais e sem perspectiva de acolhimento, ele se aventura em espaços marginalizados da cidade, envolvendo-se com prostituição e drogas, enquanto busca construir uma nova identidade. A narrativa foca na construção de uma rede de apoio e afeto entre jovens LGBTQIA+, que, assim como Wellington, encontram na cidade um lugar para reinventar seus vínculos familiares.
A relação entre Wellington e Ronaldo, um homem mais velho, é um dos pilares do filme. A convivência deles se desenvolve em meio a cenas de intimidade que são tratadas de forma crua e sensível, destacando tanto o prazer quanto os traumas que moldam suas vidas. O diretor Marcelo Caetano explora com sensibilidade a vulnerabilidade desses corpos, focando nas trocas de olhares e na complexidade das emoções envolvidas, ao invés de apenas mostrar a sexualidade de forma explícita.
“Baby” estreou com grande sucesso, recebendo elogios pela atuação dos protagonistas e por sua abordagem sincera e sem moralismos sobre temas delicados. O filme foi premiado em festivais importantes e conquistou uma audiência internacional, com distribuições já confirmadas em diversos países. O trabalho de Caetano, que deve continuar explorando a temática LGBTQIA+ no cinema brasileiro, reflete um olhar atento às questões sociais e à resistência de jovens marginalizados que encontram forças uns nos outros.