O governo do Japão está revisando sua política energética com o objetivo de aumentar significativamente o uso de energia nuclear, enquanto atende à crescente demanda por eletricidade e busca cumprir suas metas de descarbonização. A proposta prevê que a energia nuclear responda por 20% do fornecimento de energia do país até 2040, um aumento considerável em relação aos 8,5% registrados em 2023. Ao mesmo tempo, o Japão planeja expandir a participação das energias renováveis para 40% a 50%, e reduzir a dependência do carvão para 30% a 40%. A proposta ocorre 13 anos após o desastre de Fukushima, quando a tragédia com usinas nucleares gerou um movimento de desconfiança popular e o fechamento de muitos reatores.
A revisão da política energética também inclui o fortalecimento das fontes renováveis, como a solar, e propõe a aceleração da retomada de reatores nucleares que atendem aos novos padrões de segurança pós-Fukushima. A meta é substituir a atual política energética de 2021, com a aprovação do novo plano prevista para março de 2025. Apesar do apoio de especialistas, o plano enfrenta críticas quanto à sua viabilidade, especialmente no que diz respeito ao desafio de reativar todos os 33 reatores nucleares viáveis no Japão, já que apenas 14 reatores foram retomados desde o desastre de Fukushima.
Além disso, o Japão está comprometido com a meta de atingir zero emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050 e uma redução de 73% até 2040 em comparação com os níveis de 2013. Embora a proposta busque equilibrar a maximização do uso de energia nuclear e renováveis, alguns especialistas apontam que a viabilidade de atingir as metas até 2040 permanece incerta, especialmente sem um plano claro para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis. O país também continua investindo no desenvolvimento de novas tecnologias nucleares, incluindo reatores avançados e programas de reprocessamento de combustível.