O governo do Japão está reformulando sua política energética, com o objetivo de expandir o uso de plantas nucleares para atender à crescente demanda por energia e cumprir suas metas de descarbonização. A nova proposta visa aumentar a participação da energia nuclear no fornecimento de eletricidade do país de 8,5% em 2023 para 20% em 2040, enquanto amplia as fontes renováveis para 40% a 50%. Ao mesmo tempo, o país busca reduzir o uso de carvão, que representa atualmente quase 70% da matriz energética. A proposta surge após 13 anos do desastre de Fukushima e reflete uma mudança na abordagem energética, priorizando fontes de baixo carbono, como nuclear e renováveis.
O plano, que deve ser aprovado até março de 2025, propõe a maximização do uso da energia nuclear, revertendo a política de eliminação gradual adotada após a crise de Fukushima. A iniciativa tem o apoio de um painel de especialistas, composto majoritariamente por membros favoráveis à energia nuclear, que visam garantir a segurança energética do Japão sem depender excessivamente de uma única fonte de geração. O Ministério da Indústria destaca a importância de fortalecer a segurança energética do país e garantir a viabilidade das metas climáticas, incluindo a redução de emissões de gases de efeito estufa em 73% até 2040 e a neutralidade de carbono até 2050.
No entanto, o plano enfrenta críticas e desafios, especialmente em relação à viabilidade de reativar todos os 33 reatores nucleares potenciais do Japão, dado o rigoroso processo de segurança e a lenta retomada das operações após Fukushima. A proposta também inclui o desenvolvimento de tecnologias avançadas, como baterias solares e novos reatores nucleares, mas especialistas alertam para a falta de um roteiro claro para a transição energética e a eliminação gradual dos combustíveis fósseis. O sucesso desse plano dependerá da implementação de medidas eficazes e da capacidade de equilibrar segurança, sustentabilidade e crescimento econômico.