O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, adiou a reunião do gabinete que aprovaria uma trégua na Faixa de Gaza, acusando o Hamas de descumprir o acordo. Embora o grupo tenha reafirmado seu compromisso com o cessar-fogo, a situação parece ser influenciada por questões internas do governo israelense. Membros radicais da coalizão governista ameaçaram abandonar o governo caso a guerra seja suspensa. Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança, afirmou que retiraria seu partido da coalizão se o acordo fosse aprovado, alegando que a trégua permitiria a recuperação de grupos terroristas em Gaza.
Nos dias anteriores, Netanyahu se reuniu com outros membros da coalizão, incluindo Bezalel Smotrich, que também defende a continuidade da guerra. Apesar das ameaças, a trégua tem grande chance de ser aprovada pela maioria do gabinete, mas Netanyahu poderia perder a maioria no Parlamento caso os partidos radicais se retirem. A oposição, liderada por Yair Lapid, ofereceu apoio para evitar uma crise política e garantir a aprovação do acordo. A votação para implementar a trégua pode ser adiada até sábado à noite devido a questões legais envolvendo a liberação de prisioneiros palestinos.
Enquanto isso, os ataques israelenses em Gaza continuam. No dia anterior, bombardeios mataram 81 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. A expectativa é que o acordo de cessar-fogo entre em vigor no domingo, com a libertação dos primeiros reféns, embora o governo dos EUA tenha se mostrado surpreso com o possível atraso de um dia. A implementação do acordo depende de uma série de questões jurídicas internas e externas, incluindo a necessidade de tempo para que sejam apresentados recursos à Suprema Corte de Israel.