A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) enfrentará a interrupção de suas atividades em Israel a partir de 30 de janeiro de 2024, após mais de 75 anos de apoio a refugiados palestinos. A decisão segue uma série de acusações envolvendo o suposto envolvimento de funcionários da UNRWA com grupos armados. A Suprema Corte de Israel rejeitou um pedido para suspender a aplicação de leis que visam encerrar as atividades da agência no território israelense. No entanto, as atividades da UNRWA poderão continuar em regiões fora de Israel, como na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
A UNRWA, criada em 1949, oferece serviços essenciais, como saúde e educação, a milhões de refugiados palestinos em vários países do Oriente Médio. A hostilidade com as autoridades israelenses se intensificou após o ataque de 7 de outubro de 2023, com acusações de que membros da UNRWA estariam envolvidos no incidente. Israel argumenta que a agência é infiltrada por integrantes de grupos considerados hostis ao país, enquanto a ONU expressa preocupação com o impacto humanitário da decisão e sua eficácia como entidade de apoio.
O cenário é complexo, especialmente em Jerusalém Oriental, onde a UNRWA mantém operações. Embora o governo israelense tenha exigido a desocupação de seus edifícios, as atividades no campo de refugiados de Shuafat, em Jerusalém Oriental, continuarão. A situação também levanta questões sobre a legalidade da ocupação de Jerusalém Oriental por Israel desde 1967, que não é reconhecida pela comunidade internacional. A ONU continua defendendo a importância da UNRWA na assistência aos refugiados palestinos, mas o governo israelense considera a proibição como uma vitória política.