A operação militar israelense chamada Muralha de Ferro, que teve início na terça-feira (21), está centrada na cidade de Jenin, na Cisjordânia, onde se localiza um grande campo de refugiados. O governo de Israel alega que a ação visa combater militantes apoiados pelo Irã, com a presença de grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica na região. Até o momento, a operação resultou em dez mortes e mais de 40 feridos. A ação é justificada pelo ministro de Defesa de Israel, que destaca o uso de táticas aprendidas durante a guerra em Gaza.
A decisão de intensificar as ações ocorre logo após a revogação das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos a colonos judeus em assentamentos israelenses na Cisjordânia, medida adotada pelo ex-presidente Joe Biden e revista pelo então presidente Donald Trump. A internacionalização dos assentamentos é uma questão controversa, sendo considerada ilegal pela Corte Internacional de Justiça da ONU. Durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, países como a Jordânia e a Autoridade Palestina manifestaram seu descontentamento com a operação e alertaram sobre a possibilidade de um agravamento do conflito na região.
Enquanto isso, os moradores do campo de refugiados de Jenin estão deixando a área devido ao cerco e à escassez de recursos como água. O governador local relatou que o campo está quase vazio, uma situação que reflete o impacto imediato das operações militares em curso. A operação ocorre em um contexto de tensões geopolíticas e de histórico de conflitos, principalmente desde a primeira guerra árabe-israelense em 1948.