Após mais de 460 dias de guerra e um saldo de quase 48 mil mortos, Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo, com o objetivo de iniciar a libertação de reféns mantidos pelo grupo extremista. O tratado, que deve entrar em vigor no domingo (19), ainda precisa ser ratificado pelo governo de Israel. No entanto, a aceitação do acordo não é unânime, já que setores do governo de Netanyahu se opõem à sua assinatura, argumentando que ele pode enfraquecer a posição de Israel no conflito.
Um dos maiores opositores dentro do governo é o ministro de Segurança Nacional, que representa uma ala ultradireita favorável à expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e contrária à criação de um Estado palestino. Ele e outros membros de seu partido expressam preocupações sobre os termos do cessar-fogo, que, segundo eles, poderiam resultar na libertação de militantes palestinos e na perda de áreas estratégicas em Gaza, colocando Israel em uma posição de desvantagem.
O conflito teve início em outubro do ano anterior, quando o Hamas invadiu o sul de Israel, provocando mais de 1.200 mortes e a captura de centenas de israelenses. Desde então, bombardeios israelenses e incursões terrestres devastaram a Faixa de Gaza, causando uma grave crise humanitária. Embora o acordo de cessar-fogo ofereça uma possível trégua, as tensões internas sobre sua viabilidade continuam a polarizar o governo e a sociedade israelense.