Após 467 dias de conflito e quase 48 mil mortes, Israel e o Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo, com a promessa de libertação de reféns. O acordo, que deve entrar em vigor no domingo, ainda precisa ser ratificado pelo governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Apesar da expectativa de aprovação, o governo está dividido, com uma ala expressando oposição veemente ao tratado, principalmente por parte de membros de partidos ultradireitistas, como o líder da pasta de Segurança Nacional, que critica a liberação de prisioneiros palestinos e a possível retirada de áreas estratégicas em Gaza.
A controvérsia interna se intensificou após o Hamas fazer exigências adicionais no último momento, o que levou o governo a adiar a votação para oficializar o cessar-fogo. A oposição dentro do governo é liderada por figuras que acreditam que o acordo pode prejudicar as conquistas militares de Israel e enfraquecer sua posição. Algumas dessas lideranças ameaçam até renunciar se o acordo for aprovado, sinalizando um possível rompimento no governo se o cessar-fogo for implementado.
Enquanto isso, a situação em Gaza continua crítica, com amplas áreas destruídas pelos bombardeios e incursões terrestres, o que resultou em uma crise humanitária para os 2,3 milhões de habitantes da região. O conflito teve início com um ataque inesperado do Hamas em outubro, e desde então, as tensões entre Israel e o grupo se intensificaram, gerando um ciclo de violência com consequências devastadoras para a população local. O acordo de cessar-fogo, embora visto como uma oportunidade de paz por alguns, é criticado por outros como uma capitulação perigosa.