O governo de Israel chegou a um acordo de cessar-fogo com o grupo Hamas após 467 dias de conflito, que resultaram em milhares de mortes. O tratado foi assinado na quarta-feira (15) e deve entrar em vigor no domingo (19), embora ainda precise ser ratificado pelo Conselho de Ministros, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Durante as negociações, mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito, o governo israelense evitou fazer declarações públicas, aguardando a reunião ministerial. Parte da população celebra o acordo, especialmente pela promessa de libertação de reféns, enquanto outros, dentro do próprio governo, expressam oposição.
A ala de ultradireita, liderada por Itamar Ben-Gvir, criticou o acordo, considerando-o uma capitulação ao Hamas e afirmando que poderia prejudicar as conquistas da guerra, especialmente ao libertar prisioneiros palestinos e permitir a retirada de Israel de áreas estratégicas em Gaza. Ben-Gvir, ministro de Segurança Nacional, ameaçou renunciar caso o tratado fosse aprovado. Outro aliado político de Ben-Gvir, Bezalel Smotrich, também se mostrou contra o cessar-fogo, alegando que ele representaria um retrocesso para os interesses de Israel. A oposição interna no governo tem sido uma força significativa nas negociações, com acusações de que o Hamas alterou os termos do tratado.
A questão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e Gaza permanece um ponto crítico nas discussões sobre a paz. A comunidade internacional, incluindo a ONU, considera a construção desses assentamentos uma violação do direito internacional, o que gera tensões no cenário político. Ao mesmo tempo, o governo de Israel se prepara para lidar com as possíveis consequências de um acordo controverso, com a expectativa de que a situação evolua nos próximos dias, após mais de um ano de combates intensos. O conflito já causou uma crise humanitária em Gaza, afetando mais de 2 milhões de palestinos.