O governo de Israel aprovou oficialmente o acordo de cessar-fogo com o Hamas, após uma reunião no Conselho de Ministros realizada nesta sexta-feira (17). A decisão foi tomada após uma recomendação do gabinete de segurança do país e horas de negociações entre as partes envolvidas. Embora 24 ministros tenham apoiado o acordo, oito se opuseram, refletindo as divisões internas no governo de Benjamin Netanyahu. A primeira fase do acordo prevê a liberação de 33 reféns israelenses, com a promessa de que outros serão libertados nas próximas etapas. Além disso, Israel concordou em liberar centenas de palestinos presos e suspender os ataques a Gaza, o que inclui a interrupção dos bombardeios.
Apesar do avanço no processo, a aprovação do acordo foi um desafio para Netanyahu, que enfrentou a oposição de membros mais radicais de sua coalizão, como o ministro de Segurança Nacional, que criticou duramente o cessar-fogo, alegando que ele favoreceria o Hamas e poderia colocar em risco os avanços militares de Israel. Essa ala conservadora vê a libertação de prisioneiros palestinos e a suspensão dos ataques como concessões perigosas. Em contrapartida, há setores da população israelense que veem o acordo como uma oportunidade para aliviar a crise humanitária em Gaza e garantir a libertação de reféns, após meses de conflitos intensos.
O conflito, iniciado em outubro de 2023 com a invasão do Hamas ao sul de Israel, já causou milhares de mortes e deslocamentos. O acordo de cessar-fogo é visto por muitos como um alívio para as famílias afetadas pela guerra, mas também como uma solução temporária que não resolve as tensões profundas entre Israel e os palestinos. O próximo passo dependerá da implementação gradual do tratado, com a expectativa de que o processo seja concluído nos próximos meses, apesar das constantes ameaças de impasses nas negociações.