O Ministério Público de São Paulo arquivou a maioria das investigações sobre mortes ocorridas durante a Operação Escudo, deflagrada em 2023 na Baixada Santista. Segundo dados de um grupo de pesquisa da Universidade Federal Fluminense, das 22 investigações iniciadas, 17 foram encerradas sem avanço. Casos envolvendo sobreviventes ainda aguardam desfecho, enquanto outros dois seguem em aberto, sem confirmação do envolvimento de policiais militares.
A Operação Escudo, realizada após a morte de um policial militar, foi justificada como uma ação contra o tráfico de drogas na região, mas gerou intensas críticas de entidades de direitos humanos. Durante a operação, 28 pessoas foram mortas, e entidades denunciaram possíveis execuções sumárias. Relatórios apontaram contradições nas investigações e indicaram que a maioria das prisões realizadas não resultou em apreensão de armas, levantando dúvidas sobre a conduta policial.
Diante das denúncias, a Defensoria Pública de São Paulo solicitou a revisão dos arquivamentos e maior aprofundamento nas investigações, reforçando o papel complementar entre defensoria e ministério público. A operação, criticada por violações de direitos e forte impacto social, gerou pressão para mudanças na abordagem policial na região, com debates sobre transparência e responsabilidade nas ações de segurança pública.