A Polícia Federal (PF) está finalizando um relatório complementar sobre as investigações relacionadas à suposta tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022, no final do governo anterior. De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, depoimentos e documentos apreendidos na Operação Contragolpe estão sendo analisados para subsidiar novas conclusões que serão enviadas à Procuradoria-Geral da República (PGR). A PF já indiciou 40 pessoas por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, enquanto a PGR avaliará eventuais denúncias contra os envolvidos.
Rodrigues destacou que as investigações apontam para uma dispersão no financiamento dos atos, com diferentes indivíduos contribuindo em menor escala, como fornecimento de transporte, alimentação e outros recursos. Além disso, ele mencionou a possibilidade de novas prisões caso surjam elementos que atendam aos requisitos legais, enfatizando o compromisso da corporação em separar instituições de pessoas que se desviaram, independentemente de seu papel ou profissão.
A entrevista também trouxe à tona detalhes sobre um plano envolvendo ações extremas contra lideranças do país. A PF investiga a formulação de estratégias para neutralizar figuras-chave no contexto do suposto golpe, ressaltando que ações concretas foram realizadas, embora sem apoio esperado das Forças Armadas ou da sociedade. O diretor-geral reiterou que todas as ações seguem critérios técnicos, sem perseguições políticas, e reafirmou o compromisso de responsabilizar qualquer pessoa envolvida.