Há dois anos, os atos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília marcaram a história do Brasil. O episódio, impulsionado por insatisfação com os resultados das eleições, foi o ápice de um movimento radicalizado que vinha sendo gestado há anos. Investigações e análises apontam que esse movimento teve origem em descontentamentos acumulados desde manifestações populares em 2013, passando pelo impeachment presidencial de 2016 e pela polarização política intensificada nas eleições de 2018.
Relatórios recentes da Polícia Federal e entrevistas com especialistas revelam que o planejamento para ações golpistas foi detalhado e envolveu até setores estratégicos das Forças Armadas. O plano, intitulado “Punhal Verde Amarelo”, previa ações graves contra líderes políticos e foi elaborado com o suporte de militares treinados. Apesar disso, o Alto Comando das Forças Armadas teria se posicionado de forma a conter uma possível ruptura institucional, destacando a complexidade da participação de diferentes setores nesse processo.
O programa de televisão que abordará o tema reúne análises de jornalistas, especialistas e autoridades, reforçando que o radicalismo foi amplificado durante a presidência anterior. A politização de instituições e a disseminação de discursos antidemocráticos são apontados como fatores que alimentaram a tentativa de golpe. A reflexão sobre como evitar episódios semelhantes no futuro passa pela necessidade de despolitizar as forças de segurança e fortalecer as bases democráticas no país.