O Ministério Público de Goiás (MP-GO) iniciou uma investigação sobre a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) após a divulgação de informações sobre supostos supersalários e gratificações indevidas a servidores. A situação ganhou destaque após a revelação de que uma auxiliar de serviços gerais do órgão receberia R$ 44 mil mensais, valor superior ao de várias funções de alto escalão na administração pública. O MP-GO está apurando a existência de cargos comissionados criados de maneira irregular, a falta de controle da folha de pagamento e eventuais desvios de função entre os servidores da companhia.
O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) também está envolvido nas investigações, destacando que desde 2019 não recebe informações sobre a folha de pagamento da Comurg, além de não receber editais de seleção pública desde 2008. A falta de transparência nos dados financeiros da companhia gerou a necessidade de uma tomada de contas especial, que visa apurar os danos ao erário e o possível ressarcimento dos recursos públicos. A investigação do MP-GO também abrange a possível nomeação irregular de servidores para cargos não permitidos, além de uma dívida trabalhista de R$ 40 milhões e um contrato questionado entre a Comurg e a Prefeitura de Goiânia.
A apuração das irregularidades visa garantir a correta aplicação dos recursos públicos e a regularização das contratações na Comurg. O processo está em andamento e os responsáveis pela omissão de dados têm a oportunidade de apresentar defesa durante a fase de vistas. O desfecho da investigação pode levar a medidas corretivas e, eventualmente, a responsabilizações administrativas e financeiras.