A morte de uma criança de 4 anos, após buscar atendimento médico para tratar uma amidalite em um hospital de Recife, está sendo investigada pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). A família da menina denunciou oito médicos, incluindo especialistas em pediatria, anestesiologia e otorrinolaringologia, alegando falhas no atendimento. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi insuficiência respiratória aguda com complicações decorrentes de hemorragia pulmonar. Entretanto, a família questiona a ausência de menção a hematomas visíveis no corpo da criança, encontrados durante o atendimento.
A investigação no Cremepe segue um processo rigoroso, que começa com uma sindicância para apurar indícios de infração ética. Caso seja confirmada a existência de infração, um processo ético será instaurado. A apuração é feita com base em provas científicas e pode durar até cinco anos, embora a maioria dos casos recentes seja resolvida em menos tempo. Durante as investigações, outros profissionais envolvidos ou testemunhas podem ser chamados a depor. Embora a sindicância seja sigilosa, a transparência do processo visa garantir que todas as etapas sejam cumpridas adequadamente, preservando o direito de defesa dos médicos envolvidos.
Além da apuração pelo Cremepe, a Polícia Civil de Pernambuco também investiga o caso, especialmente após a alegação de que a criança teria sido derrubada durante a transferência entre setores do hospital. A mãe da menina relatou que, ao ouvir um barulho de queda e outros sons estranhos, temia que sua filha tivesse sofrido um acidente enquanto estava sendo transferida para a Unidade de Terapia Intensiva. Após o ocorrido, os médicos informaram que a criança teria se extubado sozinha, o que levou à necessidade de manobras de ressuscitação. O caso continua em investigação, e a Unimed Recife, onde o atendimento foi realizado, afirmou que seguiu as melhores práticas médicas durante o processo.