A Polícia Federal concluiu uma investigação que aponta suspeitas de lavagem de dinheiro relacionadas à compra de um imóvel de luxo em São Paulo e outros bens de alto valor. De acordo com o relatório, o apartamento, avaliado em R$ 15,6 milhões em 2007, teria sido adquirido por meio de empresas de fachada e passou por reformas cujo custo foi classificado como desproporcional, chegando a R$ 75 milhões. Na garagem do imóvel, foram encontrados veículos de luxo, reforçando o estilo de vida extravagante do proprietário.
Outro episódio de destaque no caso envolve a entrada de uma aeronave com passaporte diplomático no Brasil em 2018, transportando US$ 1,4 milhão em dinheiro e uma coleção de relógios de luxo avaliada em US$ 15,4 milhões. As autoridades suspeitam que tanto o imóvel quanto os bens tenham sido adquiridos com recursos de origem ilícita. Provas obtidas com a colaboração de Estados Unidos, França, Suíça e Portugal fundamentaram o inquérito, que resultou em uma denúncia por lavagem de dinheiro apresentada pelo Ministério Público Federal.
O imóvel foi defendido como propriedade de uso diplomático pela embaixada envolvida, mas os argumentos não impediram a conclusão da investigação e o indiciamento no âmbito da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O caso reflete uma postura rígida das autoridades brasileiras contra o uso do país como destino de valores provenientes de crimes cometidos no exterior.