Em Bauru (SP), práticas religiosas fora do cristianismo, como o islamismo e a umbanda, enfrentam desafios em um contexto social marcado pela predominância das religiões católica e evangélica. Cristina DOxum, dirigente espiritual de um templo de umbanda, e Youssef Mahfouz, muçulmano, compartilham suas experiências em uma cidade onde as denúncias de intolerância religiosa aumentaram nos últimos anos. O Brasil, apesar de ser um país com grande diversidade religiosa, ainda lida com dificuldades em garantir o respeito às crenças minoritárias.
Ambos os praticantes destacam como, apesar de suas religiões serem pouco representadas na cidade, conseguiram viver suas crenças com serenidade. Cristina, que segue a umbanda, enfatiza a importância da caridade e do amor em sua prática, enquanto Youssef, muçulmano, segue os pilares do islamismo como a oração e o jejum, mesmo sem uma mesquita na cidade. No entanto, apesar de suas experiências pessoais, ambos convivem com atitudes discriminatórias de parte da população local.
Recentemente, houve um aumento no número de incidentes de intolerância religiosa na região, com registros de ataques verbais e físicos em 2024, e pelo menos quatro ocorrências já documentadas em 2025. Esses episódios refletem um cenário de preconceito ainda presente no interior de São Paulo, afetando especialmente comunidades de minorias religiosas, como exemplificado pelos relatos de Mãe Cris DOxum, que enfrentou hostilidade por parte de vizinhos e até mesmo discriminação em estabelecimentos comerciais. Em resposta a isso, a sociedade continua a lutar pelo respeito à diversidade religiosa, conforme evidenciado pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.