Em 2024, o Brasil registrou a instalação de 3,3 gigawatts (GW) de energia eólica, o que representa uma queda de 31,25% em relação ao ano anterior, refletindo um cenário de sobreoferta de energia e baixa demanda. Esse resultado negativo é atribuído a uma desaceleração no setor, com dificuldades financeiras para os geradores e custos elevados que desestimulam novos empreendimentos. A crise também afeta a indústria fornecedora de aerogeradores, que enfrenta problemas de alta nos custos e queda nas encomendas.
Embora o momento seja desafiador, especialistas apontam que o mercado de energia eólica no Brasil pode retomar seu crescimento a partir de 2027, impulsionado pela expansão da carga energética devido ao crescimento econômico e novos setores demandantes, como data centers e hidrogênio verde. Para o setor eólico, a expectativa é de que a nova tecnologia de energia eólica offshore também contribua para esse processo de recuperação, com leilões para cessão de áreas marítimas previstos para 2025.
Por outro lado, a energia solar continua a crescer de forma acelerada, impulsionada pelos incentivos à geração distribuída, o que resulta em uma expansão de 37,8% na capacidade instalada em 2024. A geração distribuída deve superar 50 GW até 2029, tornando-se a segunda maior fonte de energia do país, o que desafia a gestão da rede elétrica. Apesar disso, as hidrelétricas ainda dominam a matriz energética brasileira, representando mais de 50% da geração de energia.