A Justiça Militar da União (JMU) decidiu transferir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o inquérito que investiga a participação de militares na tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2022. A decisão foi baseada no entendimento de que o caso possui caráter civil, excedendo a competência da JMU, que julga apenas crimes de natureza militar. O inquérito aponta que, em novembro de 2022, foi redigido um documento que buscava influenciar a liderança do Exército a apoiar a tentativa de ruptura institucional, levantando preocupações sobre a conduta de alguns militares.
As autoridades identificaram possíveis crimes de incitação à indisciplina e outras irregularidades ligadas ao conteúdo da carta, que também já motivaram investigações da Polícia Federal. A análise preliminar feita pelo Exército no final de 2022 apontou indícios de violações às normas militares, destacando a gravidade da situação. A continuidade das apurações no STF reforça a necessidade de aprofundar o caso dentro da esfera civil para assegurar a transparência e a justiça.
O episódio se insere em um contexto mais amplo de investigações sobre os eventos que culminaram nos ataques de 8 de janeiro. Esses desdobramentos sublinham a importância do papel das instituições no enfrentamento de ações que comprometam a estabilidade democrática. A transferência do inquérito ao STF representa um passo significativo na busca por esclarecimentos e eventuais responsabilizações legais.