A Polícia Civil de Goiás investiga mais de 70 denúncias contra um casal e seus colaboradores envolvidos em procedimentos estéticos irregulares. Os pacientes alegam terem sofrido danos físicos e psicológicos após intervenções em uma clínica de Goiânia, com relatos de deformações, cicatrizes permanentes e até necrose. Além dos erros estéticos, alguns pacientes precisaram de novos tratamentos corretivos, enquanto outros enfrentam problemas financeiros e emocionais devido aos danos sofridos. A clínica, que cobrava valores significativamente mais baixos que o mercado, foi acusada de operar com profissionais sem a formação adequada e sem as condições mínimas de segurança.
O casal responsável pela clínica foi preso em dezembro de 2024, junto com outros sete funcionários suspeitos de envolvimento nos crimes. Durante a investigação, foram encontrados documentos falsificados e um esquema de revenda ilegal de medicamentos. A clínica operava com substâncias não autorizadas, como PMMA e silicone, e os profissionais executavam procedimentos sem a qualificação necessária. A defesa dos acusados nega as acusações, alegando que as investigações não têm fundamento e que a prisão foi uma medida coercitiva sem provas concretas, afirmando que as vítimas não foram ouvidas adequadamente.
A Polícia Civil refutou as alegações de irregularidades no processo e reforçou que as ações são baseadas em provas consistentes. A investigação segue em andamento, com mais vítimas se apresentando para relatar os danos causados pelos procedimentos. Além disso, a Vigilância Sanitária interditou as duas unidades da clínica em Goiânia e Anápolis devido a 18 irregularidades encontradas nas inspeções. A defesa continua a alegar abuso por parte da polícia, enquanto as autoridades mantém seu compromisso com a transparência e o cumprimento da lei.