Desde 1999, o Brasil adota o regime de metas de inflação, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) sendo a referência oficial do país. Em 2024, o IPCA ultrapassou a meta estabelecida pelo governo, que era de 3%, com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O índice fechou o ano em 4,83%, o que levou o Banco Central a divulgar uma carta explicando as razões para o descumprimento da meta, incluindo fatores como a alta do dólar, os preços das commodities e o aquecimento da economia.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal ferramenta para controlar a inflação. Com a Selic atualmente em 12,25% ao ano, os aumentos sucessivos têm como objetivo frear a pressão inflacionária, mas também podem impactar negativamente o crescimento econômico e a criação de empregos. O regime de metas de inflação visa garantir a estabilidade de preços, proporcionando maior previsibilidade para as famílias, empresas e governo.
A partir de 2025, uma nova metodologia será adotada para definir a meta de inflação, baseada na média do IPCA ao longo de um período de 12 meses, e não mais com um limite anual fechado em dezembro. Essa mudança, conhecida como meta contínua, visa evitar que variações temporárias, como choques nos preços de alimentos, levem a um descumprimento da meta. Com isso, o Banco Central poderá monitorar a inflação de forma mais precisa e agir de forma mais equilibrada para garantir o controle dos preços no longo prazo.