O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, descartou que o aumento das expectativas inflacionárias seja causado por um impulso fiscal do governo federal. Em sua visão, fatores sazonais e eventos excepcionais, como os impactos da catástrofe no Rio Grande do Sul, desempenham papel relevante nesse cenário. Durigan destacou que, em 2024, o governo foi capaz de alcançar um equilíbrio fiscal, com o gasto federal proporcional ao PIB abaixo de 19%, um recuo em relação a 2023, apesar de um aumento nos gastos.
Em relação ao câmbio, Durigan afirmou que o atual patamar do dólar é, em grande parte, explicado por fatores externos, embora os ruídos domésticos também tenham contribuído para a situação. Ele também observou que, apesar de um déficit de R$ 12 bilhões registrado em 2024, o governo conseguiu apresentar uma melhoria considerável em relação ao déficit de R$ 231 bilhões no ano anterior, o que, segundo ele, demonstra um esforço para alinhar as contas públicas. No entanto, o cenário ainda reflete um certo pessimismo do mercado sobre a trajetória da dívida pública.
O Ministério da Fazenda agora mira na consolidação de um superávit primário, após um esforço para corrigir desvios entre arrecadação e despesas, sem recorrer ao aumento de impostos. Durigan afirmou que o ajuste fiscal do governo segue uma linha de “austeridade inteligente”, buscando equilibrar crescimento, inclusão e controle das contas públicas. A revisão dos supersalários e cortes de gastos com militares estão entre as medidas em análise para garantir a sustentabilidade fiscal no futuro.