O Banco Central (BC) explicou que a alta da inflação em 2024, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançando 4,83%, foi impulsionada principalmente pela elevação do dólar e das commodities, além do aquecimento da economia brasileira. Esses fatores, somados a um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,3%, geraram pressões inflacionárias além do teto da meta de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. A alta do dólar foi a maior responsável, com impacto direto sobre os preços de bens e serviços importados, enquanto as commodities também exerceram influência, embora de forma mais moderada devido à queda no preço do petróleo.
O BC detalhou que, dentro do conceito de inflação importada, a depreciação do real teve papel central, sendo mais acentuada do que a observada em outras moedas de países emergentes. A valorização do dólar foi atribuída a fatores internos, como a percepção sobre o cenário fiscal e as expectativas econômicas. Além disso, o crescimento da atividade econômica também contribuiu para a inflação, com a taxa de desemprego atingindo níveis historicamente baixos e gerando uma pressão adicional sobre os preços. O setor de serviços, por exemplo, apresentou uma desaceleração na inflação, mas os bens industriais foram mais impactados pela alta do dólar e do preço de metais.
O aumento de preços em setores específicos, como alimentação e combustíveis, também foi destacado. A inflação de alimentos, especialmente no consumo doméstico, subiu significativamente devido a fatores climáticos, como a seca, e ao aumento das exportações de carnes. Já o preço da gasolina, apesar da queda no preço do petróleo, subiu devido ao impacto do dólar, ao aumento das alíquotas de ICMS e ao custo do etanol. O BC apontou que a inflação dos preços administrados, que incluem itens como planos de saúde e produtos farmacêuticos, também registrou altas consideráveis, afetando o orçamento das famílias brasileiras.