O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, comentou que a situação da inflação se agravou no final de 2024, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a média dos núcleos de inflação em ascensão. Ele observou que a autoridade monetária está atenta à evolução da inflação de serviços e de bens industriais, além das expectativas de inflação, que continuam elevadas e desancoradas.
Guillen destacou que o aumento dos preços no setor de alimentos, principalmente no domicílio, foi impulsionado por fatores como o ciclo do boi, a depreciação cambial e condições climáticas desfavoráveis. Além disso, ele apontou que os bens industriais já refletem parte dessa depreciação cambial e será crucial acompanhar o impacto dessa oscilação nos preços futuros.
Uma das maiores preocupações do Banco Central, segundo Guillen, é a desancoragem das expectativas de inflação, que, no último ano, foi ampliada por incertezas sobre as políticas fiscal e monetária, especialmente após a decisão controversa do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio. Ele ressaltou que esse desajuste nas expectativas aumenta o custo do processo de desinflação, tornando mais desafiadora a tarefa de reduzir a inflação no Brasil.