O governo acredita que a alta nos preços dos alimentos tem sido o principal fator para o baixo crescimento da popularidade do presidente, apesar do aquecimento econômico e da queda do desemprego. A inflação, como mostrado em outros contextos, pode impactar negativamente a popularidade política, como aconteceu nas eleições nos Estados Unidos, mesmo com uma economia em recuperação. No entanto, essa análise não resolve a questão do remédio proposto pelo ministro da Casa Civil, que sugeriu o controle de preços como solução para a situação.
A história econômica do Brasil, bem como a teoria econômica, demonstram que medidas como controle de preços, restrição às exportações e aumento de estoques têm o efeito oposto ao desejado: acabam gerando escassez e aumento da inflação. Essas ações, que já foram tentadas em governos passados, não resultaram em soluções duradouras e, muitas vezes, agravam os problemas econômicos. Portanto, a proposta de controle de preços não é considerada uma estratégia viável para enfrentar a inflação.
Além disso, o governo deve ser mais cauteloso em sua comunicação, pois a simples cogitação de medidas como o controle de preços pode afetar negativamente a confiança do mercado, elevando o dólar e aumentando a inflação. A dúvida que fica é se a declaração do ministro foi um erro de comunicação ou se reflete uma crença equivocada sobre a possibilidade de controlar os preços de maneira eficaz.