A inflação dos alimentos segue como um tema central no governo brasileiro, que busca alternativas para mitigar o impacto sobre o orçamento da população. Em janeiro de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) indicou um aumento de 1,06% nos preços de alimentos e bebidas, refletindo um cenário de alta que se arrasta desde 2023. A inflação de 7,69% nos alimentos, muito acima da inflação geral de 4,83%, é explicada por fatores como o clima extremo, que afetou a produção de diversos itens, como carnes, café, leite e frutas.
O clima severo, com seca prolongada e calor intenso, prejudicou a produção de alimentos essenciais, como laranja e carne bovina, cujos preços registraram altas expressivas. No caso da laranja, os problemas no cultivo devido à doença do greening e às condições climáticas dificultaram a oferta, levando a um aumento de até 91% em certos tipos. A carne, por sua vez, teve um aumento de 20,8% em 2024, impulsionado pela escassez de gado e pela alta demanda externa, com o Brasil continuando a ser o maior exportador de carne bovina do mundo.
Além dos problemas climáticos, outros fatores como a valorização do salário mínimo e a redução do desemprego contribuíram para uma demanda crescente por produtos como carne e leite, o que também impulsionou os preços. Especialistas indicam que as altas podem continuar por mais algum tempo, com a expectativa de que a inflação nos alimentos permaneça elevada, pelo menos até 2026. O governo tem buscado soluções para reverter esse cenário e aliviar os impactos sobre os consumidores.