A inflação em 2024 fechou em 4,83%, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), pressionada principalmente pelos preços dos alimentos e pela valorização do dólar. A aceleração da inflação foi impulsionada pela alta nos custos dos alimentos, que enfrentaram dificuldades causadas por fenômenos climáticos, como o La Niña, e pela desvalorização da moeda. Esse cenário deve continuar em 2025, com expectativa de inflação acima de 4%, refletindo os impactos da inflação acumulada, o câmbio e os desafios no mercado de trabalho.
A valorização do dólar é um dos principais fatores que devem continuar afetando os preços, especialmente no setor alimentício e industrial. A alta do câmbio, que registrou um aumento significativo em 2024, já se reflete no aumento dos preços, e os analistas preveem que essa pressão se manterá ao longo do ano, especialmente no primeiro trimestre. O mercado de trabalho aquecido também contribui para a pressão nos preços de serviços, alimentando o processo de reinflação, que deve afetar a economia de maneira generalizada.
O Banco Central terá um grande desafio para controlar as expectativas de inflação, já que o cenário atual, com a inflação próxima de 5%, pode exigir uma política monetária mais rigorosa, com elevação das taxas de juros. A projeção é que, apesar de possíveis alívios no segundo semestre, a inflação ainda será um desafio no curto prazo. Em 2026, espera-se que o Brasil retorne a um nível mais próximo do teto da meta de inflação, caso o controle de preços e a desaceleração econômica aconteçam conforme previsto.