A inflação de serviços, que tem sido acompanhada de perto pelo Banco Central para orientar a política monetária, deverá continuar elevada no primeiro trimestre de 2025. A expectativa é que isso contribua para uma aceleração do IPCA, devido à resistência da atividade econômica e do mercado de trabalho, com uma desaceleração esperada apenas para o segundo semestre do ano. A alta nos preços dos serviços, principalmente os subjacentes, preocupa economistas, que apontam um impacto negativo na inflação geral, que fechou 2024 em 4,83%, acima da meta estabelecida.
A manutenção de uma inflação de serviços elevada é vista como um desafio para o Banco Central, que já adotou medidas de elevação da taxa Selic para conter os preços, com novas altas previstas para janeiro e março de 2025. Além disso, a combinação de um mercado de trabalho robusto e a resistência da economia tende a prolongar o ciclo de juros altos. Economistas alertam que a pressão sobre a inflação poderá ser mais intensa no primeiro semestre, especialmente com ajustes de salários e programas de transferência de renda, que elevam os custos.
Embora haja uma expectativa de desaceleração nos serviços mais adiante, analistas não preveem uma redução substancial dos preços no curto prazo. A dinâmica dos serviços bancários, digitais e relacionados à ociosidade deve manter a pressão inflacionária, dificultando uma trégua na inflação de serviços. A previsão é de que a inflação de serviços se mantenha em níveis elevados, mas sem uma piora acentuada, a não ser que haja uma depreciação cambial significativa ou problemas no setor de oferta.