O IPCA-15 de janeiro, divulgado hoje, registrou uma inflação de 0,11%, medida entre 15 de dezembro e 15 de janeiro. Embora o índice tenha desacelerado em relação ao mês anterior, quando foi de 0,34%, o valor ficou acima das expectativas do mercado, que previa uma deflação de 0,03%. A alta foi impulsionada principalmente pelos alimentos, especialmente tomates e café, e pelos aumentos nas passagens aéreas devido ao efeito sazonal das férias. Também houve pressão pelos aumentos nos preços dos combustíveis, como gasolina, etanol e diesel.
O governo federal demonstra preocupação com o aumento da inflação, especialmente no setor de alimentos, que tem impactado negativamente a popularidade do governo. O Planalto vê o aumento nos preços dos alimentos como um dos principais fatores que contribuem para a queda na aceitação da administração atual. Além disso, há uma defasagem significativa nos preços da gasolina e do diesel em relação à cotação internacional, o que pode gerar mais desafios para a economia.
O cenário atual sugere que um reajuste nos combustíveis, embora necessário, combinado com a inflação de alimentos, pode afetar o poder de compra da população e impactar negativamente a imagem do governo. Há uma percepção de que nenhum ajuste político será capaz de reverter o impacto eleitoral da inflação, que continua a ser um dos principais desafios para a gestão atual.