Em 2024, a inflação brasileira superou a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atingindo 4,83%, um valor além do limite de tolerância de 4,5%. Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, o aumento foi impulsionado por diversos fatores, como a robustez da economia, a desvalorização do real e questões climáticas que afetaram a produção e o consumo. Além disso, o real foi a moeda que mais perdeu valor no mercado internacional, refletindo a percepção negativa sobre a situação fiscal do país. Como resultado, a meta de inflação não foi cumprida, o que exigiu uma carta explicativa enviada ao Ministério da Economia, conforme estipulado pela política monetária.
Durante o ano, a cotação do dólar subiu de R$ 4,90 para R$ 6,10, uma variação de 24,5%, afetando o desempenho da economia. A meta de inflação definida pelo CMN para 2024 era de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O desvio das metas não foi exclusivo de 2024; nos três anos anteriores, o Banco Central também enfrentou dificuldades para cumprir as expectativas de inflação. A nova gestão, sob Galípolo, reconhece o desafio e projeta que o IPCA deverá seguir acima do limite da meta até o terceiro trimestre de 2025, o que poderá resultar em outra carta explicativa.
Desde a implementação do sistema de metas de inflação em 1999, oito cartas foram emitidas em situações semelhantes, visando garantir maior transparência e responsabilidade na política monetária. A abordagem adotada pelo Banco Central tem como objetivo não apenas justificar os desvios, mas também esclarecer as ações que serão tomadas para restaurar a inflação dentro dos parâmetros desejados. A nova comunicação do Banco Central é vista como um esforço para aumentar a clareza sobre a política econômica do país, especialmente em tempos de desafios financeiros e incertezas.