Em 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, fechou o ano em 4,83%, superando o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central. Este foi o oitavo descumprimento da meta desde 1999. A inflação foi impulsionada, principalmente, pela desvalorização do real, que perdeu 27,36% em relação ao dólar, encarecendo insumos e produtos importados. A alta dos preços de alimentos, serviços e produtos industriais também contribuiu para a aceleração da inflação, que deve continuar pressionada em 2025.
Economistas de grandes instituições financeiras projetam que a inflação em 2025 pode superar novamente o teto da meta de 4,5%, com a expectativa de que fatores como a continuidade da desvalorização cambial, aumento dos custos de produção e demanda interna elevada mantenham a pressão sobre os preços. A inflação de serviços, como transporte e alimentação fora do lar, é apontada como um dos principais fatores que devem contribuir para esse cenário. A projeção é de que a inflação de 2025 possa ultrapassar os 6%, refletindo a persistência de pressões internas e externas sobre a economia.
Para tentar controlar essa trajetória inflacionária, o Banco Central iniciou um ciclo de alta na taxa Selic, com o objetivo de conter a escalada dos preços, especialmente em itens sensíveis como os serviços intensivos em mão de obra e produtos industrializados. No entanto, analistas alertam para as limitações da política monetária, especialmente diante de um cenário de expectativas inflacionárias desancoradas e risco fiscal. O desafio do Banco Central será reverter a tendência e trazer a inflação para dentro da meta, o que será crucial para o equilíbrio econômico em 2025.