A indústria brasileira demonstrou crescente preocupação com a desvalorização do real, especialmente entre o 3º e o 4º trimestre de 2024, conforme apontado pela Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A deterioração do câmbio foi mencionada por 29,3% dos empresários no final do ano, um aumento expressivo em relação aos 14% registrados anteriormente. Esse cenário impacta diretamente os custos das empresas, já que boa parte dos insumos industriais é importada. O dólar encerrou 2024 com alta de 27,3%, atingindo um valor recorde de R$ 6,18, o que refletiu no aumento da preocupação do setor com o câmbio, que saltou para o segundo lugar entre os principais problemas enfrentados.
Além das questões cambiais, a carga tributária continua sendo a principal preocupação da indústria, com 30,6% dos empresários destacando a alta carga de impostos como um desafio significativo. A elevação da taxa básica de juros, com a Selic alcançando 12,25%, também tem gerado apreensão, já que 25% dos empresários apontam os juros como uma preocupação relevante para o futuro próximo. O índice de satisfação dos empresários com sua própria situação financeira caiu ligeiramente, refletindo um cenário de maior incerteza, mas ainda dentro de um patamar positivo, acima dos 50 pontos.
Apesar das dificuldades observadas no final de 2024, os empresários do setor industrial mantêm expectativas positivas para 2025. Indicadores como demanda, compras de matérias-primas, exportações e quantidade de empregados mostraram sinais de melhoria nas perspectivas do setor. No entanto, a queda na produção e a insatisfação com o acesso ao crédito e lucros operacionais indicam um ambiente desafiador para a indústria, que continuará enfrentando um contexto econômico instável nos próximos meses.