A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou uma queda de 8,6% em sua receita líquida em 2024, totalizando R$ 270,8 bilhões, comparado aos R$ 296,2 bilhões no ano anterior. O desempenho do setor foi impactado pela substituição de produção nacional por importados e pela redução nas exportações, especialmente de máquinas agrícolas e equipamentos para construção civil, que puxaram os resultados para baixo. Além disso, o consumo interno de bens industriais, medido pela produção doméstica e importações, permaneceu praticamente estável, com uma leve queda de 0,2%.
As importações de máquinas e equipamentos no Brasil em 2024 atingiram US$ 29,5 bilhões, representando um aumento de 10,6% em relação ao ano anterior. A China foi o principal fornecedor, com 31,5% das importações, seguido pelos Estados Unidos e Alemanha. Por outro lado, as exportações brasileiras de máquinas e equipamentos somaram US$ 13,1 bilhões, com uma queda de 5,5% em comparação com 2023. No entanto, o Brasil manteve sua posição como segundo maior exportador da história, com destaque para os aumentos nas compras de países como Singapura, Coreia do Sul e México.
A análise aponta que o aumento do investimento em outras áreas da economia brasileira, como transporte e eletrônicos, não refletiu no setor de máquinas e equipamentos. A competição com produtos importados, além da redução nas exportações, prejudicou o desempenho da indústria. No entanto, algumas regiões, como o mercado doméstico de máquinas para construção, mostraram um crescimento, mas não suficiente para contrabalançar as quedas observadas nas exportações para importantes destinos como Estados Unidos e Argentina.