A indústria de eletroeletrônicos no Brasil, que abrange produtos como notebooks, smartphones e televisores, está preocupada com o impacto das altas taxas de juros e do dólar elevado sobre as vendas. O aumento nos juros tem encarecido o crédito, enquanto a desvalorização do real, com o dólar ultrapassando R$ 6,00, tem pressionado o preço dos produtos, especialmente devido à dependência de componentes importados. Diante disso, a Abinee, entidade que representa o setor, estuda revisar suas previsões de crescimento para 2025, inicialmente estimado em 6%, devido ao aumento nos custos e preços dos produtos.
Além da pressão sobre o câmbio e o crédito, os fabricantes de aparelhos eletrônicos também enfrentam maiores custos logísticos, resultado do aumento nos preços dos fretes e do armazenamento de cargas. A combinação desses fatores tem gerado um cenário desafiador para a indústria, que vê suas margens de lucro sendo reduzidas e as previsões de faturamento, antes otimistas, sendo revistas para baixo.
A situação ainda é agravada pela greve dos auditores da Receita Federal, que tem gerado atrasos nas exportações e no recebimento de insumos essenciais para a produção. A Abinee tem cobrado ações do governo para resolver o impasse, que já dura dois meses e tem afetado a produção de várias fábricas, algumas até com paralisação parcial. A indústria aguarda medidas efetivas para enfrentar esses desafios e evitar um impacto ainda maior sobre o setor.