A indústria de cruzeiros segue em crescimento, com previsões de 37,1 milhões de passageiros em 2025, segundo a Cruise Lines International Association (CLIA). Contudo, um aumento significativo de surtos gastrointestinais, especialmente causados por norovírus, tem sido registrado. Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) indicam que 2024 foi o pior ano em mais de uma década para surtos no mar, com cinco navios em dezembro do ano passado registrando infecções. O norovírus, conhecido por sua alta contagiosidade, é especialmente prevalente em ambientes fechados e de grande proximidade, como é o caso dos cruzeiros.
A transmissão do norovírus ocorre de forma eficiente, bastando uma pequena quantidade de partículas virais para causar infecção. Em ambientes como navios, o vírus pode se espalhar rapidamente, afetando passageiros e tripulantes. Embora o norovírus tenha sido o principal causador de surtos em 2024, outros patógenos, como salmonela e E. coli, também estiveram envolvidos em episódios de intoxicação alimentar, como no caso do Radiance of the Seas e Silver Nova. O CDC registrou 16 surtos gastrointestinais em 2024, o maior número desde 2013.
Apesar desse aumento, a Cruise Lines International Association ressalta que surtos de doenças a bordo continuam sendo raros e que os protocolos de monitoramento e resposta a surtos são eficazes. A comparação com anos anteriores revela um aumento no número de casos após a retomada das viagens de cruzeiro pós-pandemia, mas ainda não está claro se isso representa uma nova tendência. O CDC observa que a maioria dos surtos são identificados mais rapidamente em navios devido aos rigorosos sistemas de relatórios, destacando que, embora os números tenham subido, as taxas de infecção ainda são consideradas relativamente baixas em relação ao número total de passageiros.