A indústria brasileira apresentou uma queda de 0,6% em novembro de 2024, marcando a segunda retração consecutiva no setor, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho foi impactado pela redução na produção de 19 dos 25 segmentos industriais, com destaque para os setores de veículos automotores e derivados de petróleo. A desaceleração foi atribuída ao enfraquecimento nos níveis de confiança tanto de consumidores quanto de empresários, influenciados pela alta da taxa Selic e a desvalorização do real, que aumentou os custos de produção.
Apesar da queda em novembro, o desempenho acumulado da indústria em 2024 foi positivo, com um crescimento de 1,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado dos 11 primeiros meses de 2024, a produção industrial teve uma expansão de 3,2%, refletindo um avanço geral ao longo do ano. O crescimento foi sustentado por uma sequência de altas nos meses anteriores, mas as perspectivas para os próximos meses sugerem um ritmo mais moderado devido a fatores econômicos desfavoráveis, como o aumento nos preços dos alimentos e a pressão sobre a renda das famílias.
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil indicam uma desaceleração no quarto trimestre de 2024, com uma elevação estimada de apenas 0,6%. O desempenho do setor industrial, que contribuiu de forma modesta para o crescimento da economia, reflete a combinação de fatores externos e internos que afetaram a confiança e os investimentos. O C6 Bank estima que a indústria brasileira tenha fechado o ano com uma expansão de cerca de 3%, destacando a resiliência do setor, apesar dos desafios econômicos enfrentados no último trimestre.