A produção industrial brasileira recuou 0,6% de outubro para novembro, marcando o segundo mês consecutivo de queda. No mês anterior, a redução foi de 0,2%. Apesar disso, nos primeiros 11 meses de 2024, o setor acumulou uma alta de 3,2%, e, em 12 meses, o crescimento foi de 3%. Em comparação com o período pré-pandemia (fevereiro de 2020), a produção está 1,8% acima, mas ainda 15,1% abaixo do pico histórico registrado em maio de 2011.
O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, apontou que o recuo da indústria em outubro e novembro pode ser influenciado por fatores como a desvalorização do real em relação ao dólar e o aumento da taxa de juros, a Selic. Embora o impacto dos juros ainda não seja direto, ele afeta as expectativas de consumidores e empresários. Além disso, o aumento nos preços dos alimentos tem reduzido a renda disponível das famílias, afetando suas decisões de consumo.
Em comparação com novembro de 2023, a produção industrial cresceu 1,7%, o que representou a sexta expansão consecutiva em relação ao ano anterior. No entanto, a pesquisa indicou que 19 dos 25 ramos industriais apresentaram resultados negativos em novembro, com destaque para a queda na produção de veículos automotores (-11,5%) e produtos derivados do carvão e petróleo (-3,5%). Apesar das perdas no último mês, a produção de veículos segue com um saldo positivo de 14,2% em relação ao final de 2023.