Na manhã de terça-feira (14), líderes e representantes de diversas etnias indígenas ocuparam a sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), em Belém, em protesto pela manutenção do Sistema Modular de Ensino (Some) nas comunidades indígenas do estado. Os manifestantes, vindos de regiões distintas do Pará, reivindicam que o Some continue a ser a modalidade de ensino essencial para o ensino médio nas aldeias, principalmente em localidades distantes das sedes municipais, onde a construção de escolas regulares não é viável. Durante a manifestação, um grupo de indígenas abriu um dos portões da Seduc para ter acesso ao local, o que levou à presença da polícia no edifício.
O Some é uma modalidade de ensino que tem como objetivo levar educação para localidades afastadas, onde as escolas regulares não são possíveis devido ao número reduzido de alunos. A proposta do sistema envolve a parceria entre os municípios e o governo estadual, sendo que os municípios fornecem o espaço físico e a Seduc se responsabiliza pelos professores e outros recursos pedagógicos. De acordo com os manifestantes, sem o Some, a educação nas aldeias estaria ameaçada, contribuindo para o retrocesso do ensino escolar indígena no estado.
No protesto, participaram mais de 100 indígenas de diferentes etnias, como Munduruku, Tembé, Xikrim, Borari e Arapium, além de representantes do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), que também pediram a saída do atual secretário de educação, Rossieli Soares. Os manifestantes destacaram que a educação escolar indígena do estado precisa de mais atenção e que as alternativas de ensino on-line não são adequadas para muitos estudantes, especialmente em áreas onde a conectividade é limitada. Até a última atualização, a Seduc e a Polícia Militar não haviam se pronunciado oficialmente sobre o ocorrido.