O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) registrou um aumento de 5 pontos em dezembro, alcançando 115,4 pontos, o maior nível desde março de 2023. Esse crescimento marca a segunda alta mensal consecutiva, colocando o indicador novamente em uma faixa considerada desfavorável, acima dos 110 pontos. Na métrica das médias móveis trimestrais, o IIE-Br subiu 2,5 pontos, atingindo 110,2 pontos. As incertezas em relação às contas públicas e, em menor medida, à situação externa, com foco nas possíveis mudanças políticas nos Estados Unidos, são as principais razões para esse cenário.
Após um ano de incerteza moderada, o indicador fechou 2024 em nível elevado, apontando para desafios econômicos continuados. A economista Anna Carolina Gouveia, da FGV, aponta que fatores como o quadro fiscal interno e os desafios macroeconômicos previstos para 2025 podem manter o IIE-Br em um patamar desconfortável nos próximos meses. O cenário de incerteza é agravado também por variações nas previsões econômicas, que indicam maior volatilidade no futuro próximo.
O IIE-Br é composto por dois componentes principais: o IIE-Br Mídia e o IIE-Br Expectativa. O primeiro, que mapeia a frequência de menções à incerteza na mídia, subiu 4,7 pontos, enquanto o segundo, que mede a dispersão das previsões para variáveis econômicas como a taxa de câmbio e o IPCA, aumentou 3,9 pontos. Ambos os componentes contribuíram para o aumento do indicador total, com o IIE-Br Mídia chegando ao maior valor desde maio e o componente Expectativa alcançando seu nível mais alto desde dezembro de 2022.