O mercado brasileiro iniciou o ano de 2025 com um desempenho negativo, refletindo a continuidade das incertezas fiscais e políticas que marcaram o final de 2024. O Ibovespa caiu para 119 mil pontos no primeiro pregão do ano, retornando ao nível de junho do ano anterior. O mercado local segue em direção oposta aos índices de Nova York e das commodities, com o dólar registrando alta, enquanto os juros futuros cedem em linha com os rendimentos dos Treasuries. A incerteza em torno das emendas parlamentares e a tensão entre o Executivo e o Legislativo continuam sendo fatores de risco para a economia, especialmente em um cenário fiscal delicado.
A situação política brasileira também permanece instável, com um embate sobre as emendas parlamentares que pode aprofundar o desconforto entre o governo e o Congresso. O Partido Novo solicitou ao Supremo Tribunal Federal a suspensão de um programa do Ministério da Saúde que, segundo a legenda, estaria utilizando recursos de forma discricionária, sem a devida transparência. O impasse em torno dessas emendas é um reflexo das dificuldades em ajustar as contas públicas, agravando a percepção de que o governo poderá não ser capaz de reduzir substancialmente os gastos, o que mantém as expectativas de uma Selic elevada por mais tempo.
Enquanto o Brasil enfrenta esses desafios internos, o desempenho das economias globais também contribui para a cautela no mercado. Na China, o recuo no índice PMI industrial em dezembro aumentou as expectativas de novos estímulos econômicos, mas ainda sem medidas concretas. As commodities, como o minério de ferro e o petróleo, apresentaram variações positivas, mas o impacto sobre as ações de grandes empresas brasileiras foi limitado. O Ibovespa, que fechou o último pregão de 2024 praticamente estável, acumula uma queda de 10,36% no ano passado, refletindo um cenário de incertezas que persiste para o futuro imediato da economia brasileira.