Em 2024, o número de encomendas internacionais feitas por brasileiros caiu 11%, mas a arrecadação do imposto de importação cresceu 40,7%, impulsionada pela criação do programa Remessa Conforme. Instituído pelo governo no ano anterior, o aumento da alíquota para 20% sobre encomendas de até US$ 50 foi uma das principais mudanças que ajudaram a aumentar a arrecadação, somando R$ 2,8 bilhões em 2024. No entanto, essa medida tem gerado controvérsias, especialmente entre empresas de comércio eletrônico e consumidores que enfrentam um aumento significativo na carga tributária.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) defendeu a tributação, argumentando que ela contribuiu para a preservação de empregos no país e que a medida não impediu o acesso das classes de menor renda a produtos importados, como roupas e acessórios. No entanto, as mudanças tributárias, como o aumento do ICMS estadual e a criação de alíquotas mais altas para compras internacionais, geraram preocupação entre empresas de comércio online, que alertam para o impacto negativo nas camadas de consumidores mais vulneráveis.
Empresas como Shein e AliExpress criticaram a elevação dos impostos, destacando que, em abril de 2025, a carga tributária pode ultrapassar 50% para compras abaixo de US$ 50 e alcançar 100% para itens mais caros, o que, segundo elas, comprometerá ainda mais o poder de compra da população, especialmente das classes de menor renda. O aumento das taxas de importação, somado à complexidade das regras, tem afetado diretamente o acesso dos consumidores brasileiros a produtos internacionais, elevando o custo final das compras.