A importação de máquinas agrícolas e de construção no Brasil triplicou entre 2020 e 2024, passando de 9 mil para 26,4 mil unidades. Esse aumento gerou preocupação, especialmente devido ao impacto que pode ter na indústria nacional, com a desvalorização frente aos produtos importados. Em 2024, a China foi a principal origem das importações, respondendo por mais da metade das compras. O crescimento das aquisições externas contribuiu para um déficit de 5,8 mil unidades na balança comercial do setor, contrastando com o superávit de 3,8 mil unidades registrado em 2020.
Embora as exportações de máquinas brasileiras também tenham aumentado, com um crescimento de 1,6 vez entre 2020 e 2024, a preocupação persiste quanto ao impacto das importações. Os Estados Unidos lideraram as compras de máquinas brasileiras, absorvendo 42% das exportações, o que reflete a qualidade dos produtos nacionais. No entanto, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) prevê um ano estável para as vendas internas de máquinas agrícolas em 2025, com expectativa de leve crescimento nas exportações.
Um dos fatores que pode influenciar o desempenho do setor é a taxa de juros. A associação destacou a importância de um financiamento atrativo para os agricultores, o que pode incentivar novos investimentos. A perspectiva de uma safra de grãos recorde no país, aliada a uma possível melhoria nas condições de financiamento, são elementos cruciais para o aumento nas vendas. A Anfavea também enfatiza a necessidade de políticas públicas mais equilibradas para impulsionar o setor e garantir o crescimento sustentável da indústria local.