A atleta olímpica Laura Kenny, conhecida por seu sucesso no ciclismo, compartilhou suas experiências sobre dificuldades relacionadas à fertilidade, incluindo um aborto espontâneo e uma gravidez ectópica. Ela se perguntou se o alto nível de exigência física do esporte de elite teria afetado sua capacidade de ter filhos. A falta de gordura corporal e os altos níveis de treinamento intensivo são fatores que afetam a saúde reprodutiva de muitas atletas, levando a problemas como interrupção da menstruação e dificuldades na ovulação, o que pode comprometer a concepção.
Especialistas explicam que, no caso das atletas, a combinação de exercícios extenuantes e uma alimentação inadequada pode resultar na interrupção dos ciclos menstruais, o que impede a ovulação. Essa condição, conhecida como deficiência relativa de energia no esporte (RED-S), é comum entre mulheres praticantes de esportes de resistência ou de alto impacto, como ginástica e balé. A interrupção do ciclo menstrual pode ser um reflexo do corpo tentando preservar energia para outras funções vitais, já que a gestação exige uma quantidade significativa de energia.
Embora o exercício regular seja benéfico para a saúde e a fertilidade em geral, as atletas de elite enfrentam desafios específicos devido ao impacto físico do esporte. A pesquisa sobre o impacto do treinamento intenso na fertilidade feminina ainda é limitada, e os especialistas concordam que mais estudos são necessários. Entretanto, é evidente que o equilíbrio entre o gasto energético e a ingestão alimentar é crucial para manter a função reprodutiva, e muitas mulheres estão adotando medidas como o congelamento de óvulos para preservar a fertilidade enquanto continuam suas carreiras esportivas.