Renato Nakazone, biólogo de 27 anos, encontrou nas ilustrações científicas uma maneira de comunicar a ciência a um público mais amplo, principalmente àqueles que enfrentam dificuldades ou desinteresse pelo tema. Ao longo de sua trajetória, ele percebeu como os desenhos podem facilitar o aprendizado e despertar curiosidade sobre a ciência, misturando sua paixão pela arte com sua formação acadêmica. Mesmo com o desafio de se estabelecer em um nicho de mercado restrito, ele seguiu seu caminho com apoio de professores e, após a pandemia, encontrou um curso especializado em Portugal, onde vive atualmente.
As ilustrações científicas, segundo Renato, desempenham um papel fundamental na divulgação da ciência, exigindo estudo profundo, paciência e atenção aos detalhes. Ele defende que, embora o debate sobre se essas ilustrações são ou não arte seja complexo, elas têm a capacidade de mostrar o que não pode ser visto em uma fotografia comum. Sua abordagem visa tornar a ciência mais acessível e atraente, rompendo com a rigidez acadêmica e trazendo uma visão mais criativa, mas ainda baseada na realidade. Seu trabalho também busca integrar elementos da ficção científica, trazendo o imaginário e a fantasia para o universo científico.
Apesar de morar em Lisboa, Renato tem se inspirado na fauna e flora brasileiras, procurando destacar a biodiversidade única do país. Além de exposições e projetos acadêmicos, ele também se aventurou em colaborações com museus e projetos de paleontologia, como a criação de ilustrações para fósseis. Renato compartilha que seu objetivo é voltar ao Brasil para expandir o conhecimento sobre ilustrações científicas, uma área ainda pouco difundida no país, e continuar quebrando barreiras criativas em sua profissão, além de fomentar o interesse por ciência de uma forma mais acessível para todos.