O mercado acionário brasileiro começou 2025 em queda, contrariando a tendência positiva observada nos futuros acionários dos Estados Unidos. O Ibovespa registrou uma perda de 0,77% no primeiro pregão do ano, refletindo as incertezas quanto à situação fiscal do Brasil, que continua a impactar o comportamento dos investidores. A cautela foi ampliada pela insatisfação com as políticas fiscais do governo federal, especialmente após a proposta de cortes de gastos que não agradaram ao mercado. Esses fatores contribuíram para um desempenho negativo do índice em 2024, que fechou com a maior queda anual desde 2021.
A analista Bruna Sene, da Rico, destacou que o início de 2025 ainda é influenciado pelos acontecimentos de 2024, com um mercado caracterizado por volume reduzido de negociações e uma perspectiva de movimento mais morno nos primeiros dias do ano. Além disso, o mercado cambial também foi impactado, com o dólar subindo em relação ao real, em parte devido ao descontentamento com a política fiscal brasileira e o aumento da incerteza quanto ao futuro econômico do país.
No cenário externo, as expectativas são de que a nova administração dos EUA e a perspectiva de mais cortes nas taxas de juros possam impulsionar a recuperação econômica do país, o que gera otimismo nos mercados globais. No entanto, o fluxo de recursos para os mercados emergentes, incluindo o Brasil, ainda é uma questão de incerteza, especialmente após as promessas eleitorais nos EUA. No setor corporativo brasileiro, as ações da Petrobras, Brava Energia e Gol apresentaram desempenho positivo, enquanto empresas como Magazine Luiza e os bancos Itaú e Bradesco enfrentaram perdas no mercado.