O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, destacou nesta quarta-feira as dificuldades enfrentadas pelo órgão devido ao subfinanciamento crônico, que tem impactado suas operações. Segundo Pochmann, o orçamento de 2024, no valor de R$ 2,7 bilhões, está majoritariamente comprometido com a folha de pagamento, restando pouco para o desenvolvimento de atividades e pesquisas. Ele relatou que, além dos cortes orçamentários, o IBGE tem enfrentado dificuldades logísticas, como a interrupção no fornecimento de energia elétrica e água.
Apesar dos esforços para buscar soluções, como a tentativa de realocar recursos de fundos de participação e royalties de petróleo, o IBGE não conseguiu assegurar os recursos adicionais necessários. Pochmann mencionou que, embora o Instituto tenha tentado garantir uma parte dos fundos através de alterações legais, como a divisão dos royalties de petróleo entre os municípios, a falta de mudança na legislação e a proibição de transferências de recursos de empresas estatais e bancos públicos para fundações impediram avanços significativos.
A situação financeira do IBGE reflete um problema mais amplo de subfinanciamento das instituições públicas responsáveis pela coleta e análise de dados estatísticos no Brasil. Sem um financiamento adequado, o órgão enfrenta dificuldades em realizar suas pesquisas essenciais, o que compromete a qualidade e a precisão das informações que são fundamentais para o planejamento e desenvolvimento do país.